domingo, 24 de janeiro de 2010

COMPÊNDIO GEOGRÁFICO DE PORTO VELHO

Parte I - ASPECTOS FÍSICOS

1.1. ÁREA TERRITORIAL, LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E LIMITES
Com uma área territorial de 34.082 km² (segundo o IBGE), o município de Porto Velho localiza-se à margem direita do Rio Madeira. Está situado na coordenada geográfica de 8° 54' 46'' de latitude Sul e 63° 40' 00'' de longitude Oeste. Quanto ao sítio geográfico, pode-se dizer que a cidade de Porto Velho está situada inteiramente na depressão Amazônica. Considerando os pontos Cardeais, podemos afirmar que Porto Velho limita-se ao Norte com o estado do Amazonas; ao Sul com os municípios de Buritis e Nova Mamoré; a Leste com o município de Candeias do Jamari; e a Oeste com os estados do Amazonas e Acre.
A cidade de Porto Velho está situada na faixa do 3° fuso, tendo a hora local atrasada em 01 (uma) hora em relação ao horário de Brasília (hora oficial do Brasil) e 04 (quatro) horas de diferença em relação a Hora do Meridiano de Greenwich (GMT).

1.2. DISTÂNCIA DA CAPITAL
A cidade de Porto Velho dista cerca de 2. 589 quilômetros da cidade de Brasília, capital federal.

1.3. RELEVO
A forma de relevo predominante no município de Porto Velho é a depressão da Amazônia Ocidental. Este tipo de relevo caracteriza-se pelo rebaixamento do nível altimétrico em comparação com as planícies e os planaltos.
São duas estruturas geológicas que prevalecem no relevo local - estruturas sedimentares e estruturas cristalinas. O relevo de Porto Velho é plano e baixo, apresentando altitudes que variam entre 0 e 100 metros.
Os solos dominantes no município são os latossolos. Também existem outras classes de solos tais como: neossolos flúvicos; cambissolos; neossolos regolíticos; gleissolos; latossolos (vermelhos, amarelos, vermelho-amarelos); cambissolos. No subsolo porto-velhense há uma considerável província aurífera que estende-se ao longo da bacia do rio Madeira, abrangendo o rio Abunã. No município há também jazidas de estanho. Atualmente, estes dois minerais são pouco explorados, em função de proibições e da ausência de políticas públicas eficazes para o setor mineral.


1.4. CLIMA
Em Porto Velho é prevalecente o clima equatorial, quente e úmido conforme as condições atmosféricas.
Devido a posição geográfica do município na zona tropical e, principalmente, a sua proximidade da linha do Equador terrestre, há uma influência direta da massa de ar equatorial continental (mEc), massa de ar quente. Anualmente, o clima é influenciado pela massa de ar polar atlântica (mPa), causando o fenômeno da friagem, ou seja, quedas bruscas da temperatura geralmente nos primeiros meses do período de estiagem (seco). De modo geral, o clima local divide-se em dois períodos atmosféricos:
temporada chuvosa, que abrange os meses de novembro a abril;
temporada seca, que compreende o período de maio a outubro.
A precipitação pluviométrica (chuva) anual média é de cerca de 1500 milímetros cúbicos. Devido a evaporação da água do solo e a evapotranspiração da água presente nas florestas, as nuvens ficam carregadas e quando atingem maiores altitudes são influenciadas pelos ventos alísios, provenientes dos hemisférios norte/sul, ocorrendo assim a condensação e consequentemente a chuva de convecção. A temperatura média anual gira em torno de 24° a 26° centígrados. A umidade relativa do ar varia de acordo a época do ano verificada em Porto Velho, isto é, na estação chuvosa (período de chuvas abundantes) a umidade relativa do ar é elevada; e na estação seca (período quente e pouco chuvoso) a umidade relativa do ar é extremamente baixa.
Atualmente, as condições climáticas estão bastante alteradas pela ação antrópica, através das queimadas florestais desenvolvidas no período seco. Grandes quantidades de focos de queimadas no município de Porto Velho foram constatadas nos últimos anos. Somente na primeira semana de setembro de 2006 foram identificados cerca de 1.500 pontos de incêndios florestais, o que gerou um manto de fumaça que encobriu toda a cidade, prejudicando a saúde das pessoas, o trânsito de veículos e pedestres, os vôos das aeronaves, etc. Neste sentido, cabe uma questão: onde estão os órgãos fiscalizadores e de proteção ao meio ambiente?

1.5. VEGETAÇÃO
A vegetação característica local é do tipo floresta amazônica. De modo geral, este tipo de formação florestal divide-se em três subsistemas: mata de várzea, mata de igapó e mata de terra firme. O tipo floresta ombrófila aberta domina a maior parte do território porto-velhense e possui quatro fisionomias básicas: floresta de cipó; floresta de palmeiras; floresta de bambú e floresta de sorocaba. Há uma pequena ocorrência na porção norte do município de vegetação do tipo cerrado, que são árvores baixas, retorcidas, com cascas grossas, rugosas e folhas grandes.

1.6. HIDROGRAFIA
Historicamente, o rio Madeira representou a via de comunicação com o restante da Amazônia brasileira (Manaus, Belém, Boa Vista, etc.). Neste contexto, a cidade de Porto Velho compõe a rede dendrítica regional, tendo em vista a sua localização às margens deste caudaloso rio.
A hidrografia local é formada pelo rio Madeira, principal curso de água que comanda a hierarquia fluvial no estado, dividindo o município de Porto Velho em duas porções territoriais: a parte norte que abrange uma área rural de terras e limita-se com o município de Humaitá (AM), ficando portanto situada na margem esquerda do rio Madeira; e a parte sul, na margem direita, onde concentra-se o maior adensamento humano no núcleo urbano propriamente dito.
A ligação ou acesso entre ambas as porções territoriais ocorre através da BR-319, cuja complementação é feita por balsa que transporta automóveis e pessoas tanto para a margem direita quanto para a margem esquerda.
Os afluentes do rio Madeira são os seguintes:
Margem direita - rio Ribeirão, rio Castanho, rio Mutum-Paraná, rio Jaci-Paraná, rio Caracol, rio Jamari, rio Ji-Paraná ou Machado;
Margem esquerda - rio Abunã, rio Ferreiros, rio São Lourenço, rio Caripunas, rio Aponiã.
O rio Madeira é formado pela junção das águas dos rios Mamoré e Beni (rios nascentes nos Andes bolivianos), recorta a maior parte do território porto-velhense e segue o seu curso pelo estado do Amazonas até desaguar no maior rio do mundo, também denominado Amazonas. Suas águas barrentas banham cerca de 3.240 quilômetros de extensão do território local. O rio Madeira (Madeirão) possui aproximadamente 9000 metros de largura e 10 metros de profundidade. Com essas medidas, o rio permite a navegação de pequenos, médios e grandes navios, principalmente no período chuvoso porque o nível da água fica elevado. Já no período seco existe certa dificuldade em relação ao fluxo das embarcações, visto que ocorre a formação de bancos de areia ou sedimentos. O rio Madeira integra uma importante hidrovia regional, fomentada pelo porto Graneleiro de Porto Velho e pelo porto fluvial de embarque e desembarque de diversas mercadorias transportadas por balsas provenientes principalmente do estado do Amazonas. Grande parte da soja produzida no Mato Grosso e pequena quantidade gerada no Sul de Rondônia, sendo transportada através do corredor rodoviário que recorta todo o estado rondoniense (BR-364) até o Porto Graneleiro, administrado pelo Grupo Maggi, onde fica armazenada, sendo posteriormente depositada nas balsas que conduzem várias toneladas de grãos de soja para o porto de Itacoatiara (AM) e de lá seguem para o porto de Belém (PA), sendo finalmente exportada para vários continentes.

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