sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lacônico Relato da Origem das Cidades Rondonienses


    Atualmente, o Estado de Rondônia é composto por 52 municípios. A seguir, vamos enfocar brevemente o contexto geográfico e histórico de cada um deles, destacando os seus respectivos nomes, com fundamentos no estudo de Gerino Alves da Silva Filho (Toponímia de Rondônia: Gentílicos. Revista Brasileira de Geografia, 1995).
  •      Porto Velho: nasceu a partir da construção da EFMM, a qual aglutinou pessoas, construções residenciais e comércios em sua hinterlândia. Três correntes indicam o nome Porto Velho (Porto do Velho, em referência ao ribeirinho conhecido por Velho Pimentel; Porto Velho dos Militares, por ter sido um porto onde militares acampavam durante o conflito Brasil x Paraguai; Porto dos Vapores, devido o local ter sido escolhido como porto de atracação dos navios da época). No dia 2 de outubro de 1912 o então Governador do Estado do Amazonas, Jonathas de Freitas Pedroza, assinou a Lei 757 que criou o município.
  •      Guajará-Mirim: conhecida desde o século XVIII, a cidade tem a sua origem intrinsecamente relacionada à construção da EFMM, pois foi o lugar escolhido para ser o ponto final da mesma. A origem do seu nome deve-se a junção de duas palavras indígenas (cachoeira= guajará e pequena= mirim). Em 12 de julho de 1928 o Governador do Mato Grosso, Mário Corrêa da Costa, criou o município através da Lei 991.
  •      Ariquemes: no século XX a Comissão Rondon localizou o rio Jamari, o Seringal Papagaios e ali instalou um Posto Telegráfico. Este Posto foi homenageado com o nome da nação indígena Arikemes (também denominada Ahopovo).
  •      Alta Floresta do Oeste: cidade originada a partir da chegada de correntes migratórias na década de 1980. O nome deriva da existência da imponente floresta guaporeana.
  •      Alto Alegre dos Parecis: criada a partir de um núcleo agropecuário na década de 1980, na área da Chapada dos Parecis. O nome foi dado pelos moradores pioneiros, considerando as belezas naturais da referida Chapada.
  •      Alto Paraíso: criada a partir do projeto de assentamento de colonos do INCRA, o Núcleo Urbano de Apoio Rural Marechal Dutra na década de 1980. A denominação foi dada pelos colonos em homenagem às belezas naturais do lugar.
  •      Alvorada do Oeste: surgiu pelo povoamento formado por colonos de Ouro Preto do Oeste e Presidente Médici, os quais buscaram um novo amanhecer em terras agricultáveis e se fixaram nas proximidades da Chapada dos Parecis.
  •       Buritis: foi criada a partir de um pólo de produção agropecuária na década de 1990. Recebeu o nome em alusão à palmeira típica na região chamada Buriti.
  •      Cabixi: formada por colonos oriundos de Colorado do Oeste na década de 1980, tendo o nome relacionado aos índios Cabixis.
  •      Cacaulândia: teve a sua origem no Núcleo de Apoio Rural na década de 1980, recebendo o nome devido à expressiva produção do cacau.
  •      Cacoal: Anísio Serrão, responsável pela guarda dos fios da Comissão Rondon denominou o lugar devido à existência de cacaueiros nativos.
  •      Campo Novo de Rondônia: foi criada pelo núcleo garimpeiro que possuía campo de pousos e decolagens de pequenas aeronaves na década de 1980.
  •      Candeias do Jamari: a origem desta cidade está relacionada à criação de um distrito policial, em 14 de novembro de 1939, no lugarejo então pertencente ao município de Porto Velho. O município recebe o nome do rio Candeias que banha as suas terras.
  •      Castanheiras: a cidade foi criada a partir do núcleo urbano de apoio rural denominado União da Vitória, desenvolvido na década de 1980. O nome Castanheiras foi dado pelo historiador e então deputado Amizael Gomes da Silva, na década de 1990, levando em conta a existência em grandes quantidades de castanheiras (espécies vegetais do gênero Castânea).
  •      Cerejeias: área de colonização e assentamento de colonos, o nome do município se deve a existência em grandes quantidades das árvores denominadas cerejeiras. Este lugar se desenvolveu a partir do final da década de 1970, no entorno da cidade de Colorado do Oeste.
  •      Chupinguaia: constituído a partir das terras desmembradas dos municípios de Corumbiara e Vilhena, o município foi criado na primeira metade da década de 1990. O seu nome está relacionado a um rio local chamado pelos índios de “rio de sangue”.
  •      Colorado d’Oeste: originada pelo Projeto Integrado de Colonização Paulo Assis Ribeiro, desenvolvido pelo INCRA ainda na década de 1970, a cidade recebeu este nome em alusão ao rio Colorado.
  •      Corumbiara: o nome está diretamente ligado a tribo indígena existente antes da chegada dos colonizadores e ao importante rio homônimo da localidade. Também surgiu como Núcleo urbano de Apoio Rural do Projeto de Integrado de Colonização Paulo Assis Ribeiro na década de 1980.
  •      Costa Marques: nos idos de 1920, o local formado por um pequeno povoado foi chamado Porto Costa Marques, em homenagem ao Engenheiro matogrossense Espiridião da Costa Marques.
  •      Cujubim: foi criada de um núcleo de produção agropecuária e mineral (cassiterita), na década de 1990, nos arredores da cidade de Ariquemes. O seu nome tem como causa a ave (cujubim) existente em Rondônia.
  •      Espigão d’Oeste: inicialmente o lugar denominava-se “Itaporanga”. Era o mesmo nome da seda da empresa de colonização formada pelos pelos imigrantes paulistas conhecidos como “Irmãos Melhorança”, nos idos nos anos 70. Posteriormente, o lugar passou a ser chamado de Espigão do Oeste, com a chegada dos imigrantes oriundos das regiões Sul e Sudeste do país.
  •      Governador Jorge Teixeira: formado a partir do NUAR chamado de “Pele Branca”, este lugar foi desenvolvido pelo trabalho dos colonos. O seu nome foi dado como uma forma de respeito ao primeiro Governador do Estado de Rondônia, o memorável Coronel Jorge Teixeira de Oliveira.
  •      Itapuã d’Oeste: foi formada por um povoado situado a margem da rodovia BR 464, a 105 km de Porto Velho. Devido as águas do rio Jamari banharem suas terras, o lugar transformado em município em 1992 foi denominado de Jamari, como sugestão de Amizael Gomes da Silva. Contudo, posteriormente passou a ser denominado oficialmente “Itapuã do Oeste”.
  •      Jaru: a cidade de Jaru, cuja denominação se deu em referência a existência dos povos indígenas Jarus, foi criada a partir de um posto telegráfico instalado pela Comissão Rondon, por volta do ano de 1912.
  •      Ji-Paraná:  originada a partir dos seringais existentes a partir do século XIX, por seringueiros nordestinos, inicialmente o lugar ficou conhecido como Vale do Urupá. Com a chegada da Comissão Rondon (1909), o lugar passou a ser denominado Presidente Pena (alusão ao então presidente da República Afonso Augusto Moreira Pena). A partir do ano de 1977, período da chegada de muitos migrantes predominantemente paranaenses, passou a ser chamada Ji-Paraná, em homenagem ao rio Machado ou Ji-Paraná, na ocasião da promoção para a categoria de município.
  •      Machadinho do Oeste: Machadinho foi criada a partir de um Projeto de Colonização desenvolvido pelo INCRA no Município de Ariquemes. Sua denominação é uma homenagem ao rio Machadinho, afluente da margem esquerda do rio Machadinho ou Ji-Paraná.
  •      Ministro Andreazza: originado do núcleo urbano de apoio rural Nova Brasília integrante do Projeto de Colonização, recebeu esse nome em homenagem ao Ministro Mário Andreazza, na década de1980.
  •      Mirante da Serra: criada a partir do núcleo urbano de apoio rural Mirante da Serra, na década de 1980, tornou-se um centro de produção agrícola. Sua denominação é uma homenagem ao acidente geográfico chamado serra do Mirante. Esta é a origem do seu nome oficial.
  •      Monte Negro: sua origem remonta a implantação do núcleo urbano de apoio rural Boa Vista, na década de 1980. O seu nome também se refere a uma homenagem a um acidente geográfico homônimo existente naquele município.
  •      Nova Brasilândia d’Oeste: esta cidade tem seu nome em referência à cidade de Brasília, pois no momento de sua criação, vivia-se uma atmosfera de desenvolvimento e interiorização, através do assentamento de colonos às margens da BR-364 e adjacências.
  •      Nova Mamoré: a cidade de Nova Mamoré foi constituída por antigos moradores da Vila Murtinho (povoação oriunda da EFMM) que migraram para o novo lugar situado a margem da rodovia BR-425, denominando-o Vila Nova. Com o seu desenvolvimento, finalmente passou a chamar-se Nova Mamoré, na década de 1980.
  •      Nova União: a cidade surgiu da união de colonos que formaram um núcleo agropecuário naquele lugar, na década de 1990. Daí o sentido do seu nome.
  •      Novo Horizonte d’Oeste: foi originada a partir do núcleo de apoio rural Novo Horizonte, na década de 1980. A cidade passou a ser oficialmente denominada Novo Horizonte.
  •      Outro Preto d’Oeste: a cidade de Outro Preto do Oeste foi derivada do Projeto Integrado de Colonização (PIC), desenvolvido em 1970 pelo INCRA. O seu nome foi originado a partir do Seringal Serra de Ouro Preto, pertencente a um desbravador da região chamado Vicente Sabará Cavalcante.
  •      Parecis: formado a partir de um núcleo agropecuário, na década de 1990, situado na região sul na Chapada dos Parecis. Sua denominação é uma homenagem aos índios Parecis.
  •      Pimenta Bueno: o nome Pimenta Bueno dado ao rio Apidiá por Rondon, foi em homenagem a José Antônio Pimenta Bueno, Visconde e Marquês de São Vicente. O município foi criado na segunda metade da década de 1970.
  •      Pimenteiras d’Oeste: localizado na porção Sul do Estado, foi criado na primeira metade da década de 1990. Local de antigos seringueiros, cuja denominação está relacionada ao “lote pimenteiras”, terras doadas pelo governo do Mato Grosso em 1929 ao senhor João Nepomuceno Cebalho.
  •      Presidente Médici: surgiu a partir de um assentamento de colonos delo INCRA, sendo que o município foi criado com áreas desmembradas de Ji-Paraná, no início dos anos 80. Em homenagem ao Presidente da República Emílio Garrastuzu Médici, a cidade recebeu este nome através de um Plebiscito realizado pela população local, no ano de 1972.
  •      Primavera de Rondônia: também foi criado a partir de um núcleo agropecuário, na década de 1990, localizado na porção Centro-Sul de Rondônia. Os fundadores do referido núcleo o denominaram Primavera. Quando passou a ser categoria de município, recebeu o nome oficial de Primavera de Rondônia.
  •      Rio Crespo: proveniente do núcleo urbano de apoio rural Cafelância, na década de 1980, constituiu-se numa área de produção agropecuária. O nome é uma homenagem ao rio Preto do Crespo.
  •      Rolim de Moura: esta cidade foi criada a partir do Projeto de Colonização Rolim de Moura implantado na área pelo INCRA, na década de 1970. O nome da cidade deve-se a homenagem ao governador da capitania de Mato Grosso, no século XVIII, a Visconde de Azambuja ou Dom Antônio Rolim de Moura Tavares, prestada pelo Marechal Rondon.
  •      Santa Luzia d’Oeste: com o deslocamento de colonos procedentes da cidade de Rolim de Moura, para o Vale do Guaporé, rapidamente se formou um novo povoado que recebeu a denominação em homenagem a Santa Luzia (protetora dos olhos e da visão).
  •      São Felipe do Oeste: formado a partir de um núcleo agropecuário na década de 1990. Recebeu este nome em homenagem a São Felipe.
  •      São Francisco do Guaporé: formado a partir de um núcleo agropecuário na década de 1990. Recebeu este nome em homenagem a São Francisco.
  •      São Miguel do Guaporé: formado por colonos provenientes de cidades vizinhas, cujos assentamentos ocorreram nas proximidades do rio São Miguel o qual deu origem ao nome do município.
  •      Seringueiras: surgiu do núcleo de Apoio Rural Bom Princípio e de um Projeto de Colonização homônimo na década de 1980. Recebeu este nome em referências às seringueiras silvestres da região.
  •      Teixeirópolis: localizado na região central rondoniense, surgiu de um Núcleo Agropecuário na década de 1990. O seu nome também é uma homenagem ao Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, último governador do Estado no regime Militar.
  •      Theobroma: foi derivado do Núcleo de Apoio Rural Theobroma que integrava o Projeto de Colonização Padre Adolfo Rhol na década de 1980. Seu nome se deve à denominação científica do cacau (theobroma).
  •      Urupá: originada a partir do núcleo de Apoio Rural Urupá na década de 1980. O seu nome se deve ao rio Urupá.
  •      Vale do Anari: também oriundo de um núcleo agropecuário nos anos 90, teve o nome em referência ao rio Anari.
  •      Vale do Paraíso: oriundo de um núcleo agropecuário nos anos 80 recebeu o nome em referência ao Igarapé Paraíso.
  •      Vilhena: Em 1909, Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon implantou um Posto Telegráfico naquele lugar e às margens de um rio descoberto por ele ao qual batizou Piraculino. O Posto Telegráfico recebeu o nome de VILHENA em homenagem ao Engenheiro Álvaro Coutinho de Melo Vilhena, Diretor Geral dos Telégrafos do Brasil. Por efeito, Vilhena fora a denominação dada ao Município.

4 comentários:

  1. Muito interessante a proposta do Blog professor! Fui seu aluno de Geografia na escola 4 de Janeiro há uns 10 anos atrás e agora to me formando em História na Unir. Um abraço

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  2. Parabéns pelo registro! Muito bom compartilhar estas informações das principais cidades de Rondônia ;)

    S.Rïver
    http://saimonrio.blogspot.com

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