segunda-feira, 16 de agosto de 2010

GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

DIFERENTES REGIONALIZAÇÕES, UMA IDENTIDADE

A região geográfica é uma área do espaço que possui características físicas, sociais, históricas ou econômicas análogas. A influência dessas características estabelece a distinção entre as diversas regiões. Devido as dimensões continentais do Brasil, desde a segunda metade do século XX têm surgido várias divisões regionais, constituindo um seriíssimo problema, principalmente no enfoque didático. Estas regionalizações, se não estudadas e observadas atentamente, podem causar problemas, embaraços ou dificuldades de compreensão, especificamente, sobre os limites territoriais e as características das regiões brasileiras.
Quais são os critérios que presidem a criação de tantas divisões regionais?
Como tornar mais didática a identificação e a compreensão da região onde moramos?
A mais difundida divisão regional, é a do IBGE que dividiu o país em cinco macro regiões ou grandes regiões, levando em consideração os critérios político-administrativos. É a partir dessas grandes regiões, que o IBGE realiza levantamentos de diversos dados estatísticos (censos demográficos, censos agropecuários, entre outros), com o objetivo de estabelecer diagnoses sociais e econômicas, para que o governo possa até melhor aplicar os recursos destinados às áreas sociais, pelo menos, teoricamente.
Região Norte
De modo geral, os Estados da região Norte possuem características físicas ou naturais muito semelhantes, exceto o Estado do Tocantins, que somente passou a integrar a região, por meio da Constituição Federal de 1988, fundamentado apenas em decisões políticas. Porém, do ponto de vista dos aspectos naturais predominantes (clima, relevo, solo, hidrografia, vegetação e domínio morfoclimático), históricos e socioeconômicos, esse Estado deveria integrar a região Centro-Oeste do Brasil, porque possui as características que o identificam com a região onde foi originado.
Uma inobservância, refere-se à negligência da grave situação de desequilíbrio regional existente no país, ou seja, de um lado, temos regiões com grandes metrópoles, possuidoras de alto nível de industrialização e urbanização, e de outro, existem regiões fracamente industrializadas, urbanizadas e integradas economicamente, com uma participação pouco expressiva no PIB do país.
Amazônia
Outra regionalização que divide o país em três grandes complexos regionais ou regiões geoeconômicas, fundamentada em critérios históricos e econômicos, foi criada pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, em 1967.

Os Estados que compõem esta região, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, parte dos Estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, formam uma área de instabilidade rural, devido os conflitos pela posse da terra.
A Amazônia brasileira, também chamada de Amazônia Legal, é uma área criada pela Lei n° 1.906, localizada nos limites do paralelo 16° 5' em Mato Grosso, do paralelo 13° 5' em Goiás e do meridiano 44° Oeste de Greenwich, no Maranhão. A Amazônia brasileira abrange os Estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá, parte Oeste do Maranhão, a quase totalidade do Estado de Tocantins e quase todo o Estado do Mato Grosso. Esta é uma forma de distinguir a Amazônia que fica inteiramente no território nacional do restante da Pan-Amazônia, também chamada de Amazônia sul-americana ou internacional. A Amazônia Legal foi criada por força de Lei, com cerca de 5.057.590 km², no ano de 1966, ao mesmo tempo em que definiu os limites da atuação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM). No ano de 2001 a SUDAM foi desativada, porque não estava cumprindo a sua real finalidade, sendo utilizada para desvios de verbas públicas, através de verdadeiras quadrilhas de ladrões (políticos, empresários e funcionários daquele órgão). Contudo, este órgão foi reativado no dia 21 de agosto do ano de 2003.
Ainda no âmbito da questão regional, muitos concordam com a idéia de que existe a Amazônia Real, uma área que abrange os limites dos Estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Amapá e Roraima.
O Estado de Rondônia faz parte de todas as regiões mencionadas, pois não pode ser visto isoladamente do contexto do espaço regional brasileiro. De modo geral, algumas destas formas de regionalização do país não são totalmente erradas e irrefutáveis, porque elas atendem determinadas especificidades de caráter político-administrativo, de planejamento socioeconômico e territorial, de utilização didática, entre outras. Por conseguinte, Rondônia está inteiramente no âmbito da Amazônia.
Na nossa visão, uma dificuldade didática que se apresenta, diz respeito à divisão política. Por exemplo, na regionalização do IBGE, a grande região Norte possui sete Estados, bem delimitados. Seguindo este raciocínio, a divisão política da Amazônia Legal, torna-se inconveniente porque alguns Estados são fragmentados. Esta regionalização pode ser adequada para enfocar os fenômenos naturais e a ação das sociedades locais, visto que a Amazônia brasileira constitui um prolongamento de uma grande área natural denominada floresta Amazônica, a qual se distribui também pela Guiana Francesa, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Outra dificuldade pode ser verificada quando se pretende representar a população residente na região, sendo mais apropriada para esta finalidade a divisão regional oficial.
A Amazônia brasileira é um espaço geográfico extremamente grande, nove vezes maior que o território da França, por exemplo. Devido a sua grande extensão territorial, os recursos naturais também são amplos, porém, vulneráveis, logicamente.
A região possui uma das maiores biodiversidades do planeta Terra, constituindo-se numa trilha ainda pouco conhecida, com muitas geografias ocultas, apresentando as seguintes multiplicidades e contradições:

• uma enorme variedade de animais, insetos e plantas já catalogados pelos cientistas, mas certamente, centenas de similares ainda desconhecidos;
• a maior concentração de florestas tropicais do mundo, porém, desmatamentos, queimadas descontroladas e poluição do ar no período seco;
• solos pouco produtivos para o cultivo agrícola, mas um subsolo rico em minerais metálicos, não metálicos e recursos energéticos;
• a maior bacia hidrográfica de todos os continentes, a grande bacia Amazônica, mas problemas de poluição das águas por metais pesados, como o mercúrio, que contamina os peixes, que por sua vez, contaminam aqueles que os consomem;
• a cobiça de muitos países dos quatro hemisférios do mundo, pelos estoques naturais que a região possui, agravada pela inexistência de um efetivo controle da exploração dos recursos naturais amazônicos que continuam sendo biopirateados, face à letargia e inoperância dos governos municipais, estaduais, federal e dos seus órgãos fiscalizadores.
A Amazônia não pode ser vislumbrada somente pela grandiosidade dos seus elementos naturais, das poucas tribos indígenas que se encontram homiziadas em suas reservas, da degradação ambiental proporcionada pelos pecuaristas, garimpeiros, madeireiros e dos conflitos pela posse da terra. No entanto, a velocidade da divulgação desse cenário faz com que grande parte da população brasileira e estrangeira, detenha exatamente esta imagem nos seus imaginários.
Além dessas questões, a Amazônia também possui uma considerável população, que precisa viver dignamente (trabalhar, estudar, morar), enfim, necessita ter uma boa qualidade de vida. A Amazônia possui duas metrópoles regionais, algumas cidades médias e muitas cidades de pequeno porte. A paisagem industrial concentra-se mais fortemente, no Estado do Amazonas, com o complexo industrial da Zona Franca de Manaus. Possui uma grande concentração da exploração mineral, no Estado do Pará, dominada por empresas de capital estrangeiro, como a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Possui problemas comuns às grandes metrópoles, como desemprego, violência, surgimento de favelas, entre outros.
Dessa forma, a região Amazônica torna-se uma complexão que precisa ser vista e analisada na sua totalidade, pois se constitui em um grande arrosto ecológico, social, econômico e geopolítico aos administradores e às autoridades governamentais, para que se encontre o liame, o ponto de equilíbrio entre a produção, o desenvolvimento e a preservação, através de políticas públicas eficientes. Amazônia é, antes de tudo, um grande desafio para os governantes.

Um comentário:

  1. questões atuais da realidade politica,economica,social-cultural
    e ambiental do estado de rondonia

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